Depois de algumas semanas do último feriado prolongado católico, Padre Raimundo Nonato expõe a importância da celebração para o município.
Feriados religiosos carregam um significado importante para a cultura de uma cidade. Principalmente em municípios interioranos, onde a tradição histórica é predominantemente católica. Conduzindo a Paróquia de Santa Branca há seis anos, o Padre Raimundo Nonato Viana Sobrinho alegra-se ao afirmar que a procissão de Corpus Christi deste ano foi a mais frequentada por fiéis nos últimos anos. “Esse ano o aumento dos fiéis foi significante. Ao analisar o porquê, percebo a sede das pessoas para encontrar um refúgio em meio às crises que vivemos atualmente. É natural buscamos algo que nos fortaleça e que nos dê esperança para que não percamos o sentido de continuar”.
A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao séc. XIII e foi instituída na Igreja pelo Papa Urbano IV para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecoste. O feriado de Corpus Christi é uma tradição católica realizada anualmente para celebrar de acordo com a cultura cristã, o corpo e sangue de Jesus Cristo, denominados como a Eucaristia. “Há uma espera muito especial dos católicos em celebrar o corpo de Cristo. Um jeito simples de festejarmos o maior marco da nossa fé cristã católica”, ressalta o Pe. Raimundo.
Dentro da tradição de celebrar o feriado, cada cidade ousa na criatividade para enfeitar as ruas onde a procissão passa e homenageia a Jesus Cristo, o protagonista da festa. Durante muitos anos, o costume em Santa Branca era criar tapetes desenhados de materiais com pó de café, pó de serra e tampinhas de garrafa, deixando o trajeto em que os fiéis passam mais colorido e simbólico. Mas, desde o ano passado, a Pastoral Familiar sugeriu que os tapetes fossem feitos com cobertas e itens de agasalho para o frio, praticando dessa forma, um dos mais importantes princípios do cristianismo: a ajuda ao próximo. “Os discípulos de Jesus precisam aprender a saciar as necessidades de seus irmãos. Ainda mais na nossa região fria e montanhosa, onde pessoas carentes sofrem com a mudança de temperatura”, explica o Padre.
As cobertas e itens doados e usados na procissão de Corpus Christi serão doados para comunidades da zona rural e urbana da cidade nas próximas semanas. Este ano, a Paróquia de Santa Branca recebeu aproximadamente 600 doações.