A cultura deveria ser uma preocupação de nível mais elevado, pois é ela que reforça a identidade de um povo
O país vive momentos de reviravolta e em meio a tudo isso, a cultura, enquanto política pública de ações culturais, fica com a respiração suspensa e com o coração de sobreaviso.
A mudança no cenário político nacional e municipal coloca a política pública de cultura sempre no último lugar da lista de prioridades. Isso, quando a coloca.
Governantes voltados apenas para o asfalto e o esgoto, desconhecem em si e nas comunidades a importância das ações culturais como um meio transformador e, de saúde mental e emocional de seus munícipes. Promovem eventos vazios sob o título de ações de cultura, quando na verdade estão repetindo a antiga estratégia romana de “pão e circo”.
As ações públicas de cultura, quando aliadas à educação, saúde e demais áreas essenciais ao ser humano, tornam-se ferramentas de crescimento, autoestima e desenvolvimento. Mas, qual governante está realmente interessado em formar um povo saudável, se um povo doente é de fundamental importância para a manutenção da máquina da corrupção e semelhantes?
A política dos serviços extremamente básicos, como asfalto, esgoto, iluminação elétrica, etc., são direitos inquestionáveis e também, obrigação natural de qualquer prefeito ou governante, enquanto que a cultura deveria ser uma preocupação de nível mais elevado, pois é ela que reforça a identidade de um povo. Mas Cultura não enche as urnas.
Aqui nessa junção de letras e pensamentos, fica a dica para os governantes: cuidem da cultura de sua cidade, procurem encontrar aquilo que ainda sobrevive em seu município e joguem uma “pá de esperança e apoio”, ao invés de uma “pá de cal”, como é o costume na maioria dos municípios deste Brasil remendado.
Magela Borbagatto, Mestre da Cultura Popular Brasileira – Ministério da Cultura
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