A história do carnaval no Brasil iniciou-se no Período Colonial. Uma das primeiras manifestações carnavalescas foi o Entrudo, uma festa de origem portuguesa que, na colônia, era praticada pelos escravos. Estes saíam pelas ruas com seus rostos pintados, jogando farinha e bolinhas de água de cheiro nas pessoas. Tais bolinhas nem sempre eram cheirosas. O Entrudo era considerado ainda uma prática violenta e ofensiva, em razão dos ataques às pessoas, mas era bastante popular.
Isso pode explicar o fato de as famílias mais abastadas não comemorarem com os escravos, ficando em suas casas. Porém, nesse espaço, havia brincadeiras e as jovens moças das famílias de reputação ficavam nas janelas jogando águas nos transeuntes.
A cidade de Santa Branca, viveu curto período desse tempo, logo se evoluindo com o surgimento dos Blocos de Mascarados desfilando nas ruas durante os dias de carnaval, ao som das primeiras marchinhas da compositora “Chiquinha Gonzaga”, mesclada ao cancioneiro popular adaptado para a alegria de Momo.
A partir de 1.923 com a aquisição do casarão do Edifício Ajudante Braga pelo então prefeito Tancredo Galvão Trigueirinho, na época o salão que hoje funciona o Plenário da Câmara Municipal, foi cedido para funcionar como sala da projeção do nosso primeiro cinema da cidade sob a direção do saudoso fotógrafo João da Silva Abreu, alguns anos mais tarde o espaço foi cedido para realização dos bailes da sociedade santabranquense, daí para os primeiros bailes carnavalescos foi questão de pouco tempo.
A partir do ano 1.942, o salão passou a ser utilizado como a sede social do mais antigo clube da cidade, “Associação Esportiva Santabranquense”. Foi a partir de então a época dos Memoráveis Carnavais da cidade e uma certa queda na apresentação dos blocos de mascarados que desfilavam pelas nossas ruas e praças.
Eram quatro grandiosos bailes no famoso salão, época em que era totalmente liberado o uso do famoso lança-perfume pelos foliões, acrescido dos confetes e serpentinas que deixavam o espaço magicamente colorido e o inigualável perfume que ficava nos corpos suados dos foliões e o carregavam para a casa.
No ano de 1.960, o então presidente da República Jânio Quadros baixou um decreto proibindo a venda e o uso do lança-perfume em todo território nacional, infelizmente muitos foliões realmente vinham utilizando esse dispositivo para a prática irresponsável de inalar e ficar sob o efeito noviço do éter, um dos componentes do lança-perfume.
Porém, a grande motivação do carnaval eram as famosas marchinhas e os memoráveis sambas que tomavam conta dos foliões. Nesse mesmo tempo surgiu um novo clube social na cidade que da mesma forma promovia bons bailes sociais e os bailes carnavalescos. “Clube Recreativo 7 de Setembro” funcionava ali no casarão ao lado da Matriz, atualmente de propriedade do senhor Jotamir. Este clube funcionou por seis anos seguidos, mas tarde com o surgimento do Santa Branca Esporte Clube, acabou encerrando suas atividades.
Curiosidades: A mais famosa Banda Carnavalesca dos bailes de salão foi o famoso “Jazz Marabá”, apesar do nome um pouco americanizado a banda tinha como repertorio principal a MPB.
Tempos finais: Os últimos grandes bailes de carnaval foram realizados nos anos noventa a noventa e seis no amplo espaço do Ginásio de Esportes Municipal. A partir do ano de 1.997 o carnaval deixou os salões depois de décadas e passou a ser realizado no espaço livre da Praça Ajudante Braga.
Carnaval no Brasil, sem sombra de dúvidas, é considerada a maior festa popular do planeta, seja nos grandes bailes de salões ou nas ruas e praças das cidades, será sempre a manifestação popular livre e solta nos quatro dias de plena liberdade da alegria.
Encerro meu artigo deixando minha homenagem os grandes carnavalescos através do tempo: José Campos Barbosa (Zé do Piston), João da Banda, Roberto Portinho, Irineu de Souza, e Zé Benedito. In memoriam: José Florêncio, Pedro Luiz Fraccari, José Benones Borges, Santinha de Abreu, João do Quirino, Nenê Salgado, Ditinho Sudário, Pedrinho Turco, Tarcísio Samuel, Pedro Alcântara (Yo – Yo), Mauricio Gonçalves, entre tantos outros.