Maria da Luz, ou simplesmente, Dona Maria do seu Jair como o povo carinhosamente a tratava, na realidade não era uma santabranquense da gema, ela chegou com o seu marido o saudoso Jair Rocha e a filha no início dos anos quarenta. Na época Seu Jair que era oficial da Marinha aposentado resolveu mudar-se para um local sossegado e aprazível no Estado de São Paulo.
Após um bom tempo pesquisando, ele soube que o ilustre Tancredo Galvão Trigueirinho estava vendendo uma bela propriedade com um extenso pomar produzindo muitos frutos. Assim ele entrou em contato com o vendedor, visitou a chácara famosa e fechou negócio.
Ao chegar em Santa Branca passou a residir na sede da chácara um casarão antigo de frente apara a Praça Rui Barbosa, tempos depois reformou a casa com um novo e belo visual se transformando num dos cartões postais da nossa cidade, (atualmente este prédio não existe mais). Tão logo a família se instalou na cidade, começaram os contatos e as novas amizades foram se formando. Jair Rocha incentivado pela esposa Dona Maria iniciaram uma bela campanha a época, realizando grandiosas festas juninas no Rosário, cuja renda era totalmente revertida para a construção da “Maternidade de Santa Branca”, anexa a Santa Casa local. Seu Jair foi vereador por várias legislaturas, presidente do Santa Branca Esporte Clube.
Maria da Luz preferiu sempre o caminho da edificação, cultura e as obras beneficentes da cidade. Dona de uma capacidade cultural e o dinamismo pessoal, se fez famosa como a criadora e artesã dos famosos “Tapetes Arroyolos”, cuja arte fez questão de passar os conhecimento ao nosso amigo Antônio de Moraes, que mantém esta arte viva até os dias atuais, com uma gama de maravilhosos tapetes elaborados a mão, obras de muito bom gosto.
Dona Maria participou vivamente de ações sociais como madrinha do Asilo Roberto Ugolini, colaboradora do Rotary Clube local que teve a sua contribuição em muitos eventos e acontecimentos culturais.
Um dos seus mais famosos tapetes foi feito a pedido do então prefeito municipal, José Wuo que na época reformou todo o Edifício Ajudante Braga, com especial destaque para o Gabinete do Prefeito que teve o forro em estilo colonial pintado nas cores azul, branco e dourado, e o tapete era exatamente o reflexo do forro, era como se a gente estivesse mirando um espelho gigante tal era a semelhança na forma e cores originais.
Dona Maria da Luz se tornou uma entusiástica Santabranquense de coração, fazia questão absoluta que suas obras levassem o nome e o registro do nome da cidade que ela tanto amou, Santa Branca.
O marido Jair Rocha faleceu aos 100 anos de idade, e Dona Maria porquanto tempo viveu nunca arredou pé dessa terra, deixando aqui um enorme legado cultural trazido e construído por suas mãos. Uma Grande Mulher!