Início dos anos cinquenta, chega em Santa Branca uma jovem professora recém-formada. Era a Maria Julieta, idealista como a própria profissão. Veio com a jovialidade e disposição para encarar o desafio: lecionar numa das escolas rurais do município, exatamente a pequena Escola do Bairro Água Limpa.
Após seis meses na pequena escola, é transferida para a Escola do Gomeatinga, com o primeiro grande desafio de reestruturar e fazer voltar a atividade a pequena escola rural na Fazenda Gomeatinga. Assume e vai à cata de alunos, saindo montada a cavalo de casa em casa incentivando e impondo em alguns casos a força da lei para que as famílias fizessem seus filhos frequentarem as aulas.
Ao de 1.952, aprovada em concurso público, escolhe a cadeira de professora efetiva na Escola Estadual de Santa Mercedes, um pequenino município, que atualmente conta com pouco menos de três mil habitantes. A jovem professora Julieta chega para assumir o cargo de professora efetiva no local desconhecido com enormes desafios: escola semiabandonada, salários atrasados, dificuldades de toda espécie, superadas com auxílio de uma Colônia de agricultores Japoneses que socorreram a parte financeira do local, possibilitando o funcionamento embora em estado precário.
Ano de 1.953, consegue a remoção para a famosa escola Grupo Escolar Barão de Santa Branca, onde passa a lecionar para os alunos do 3º e 4º anos. Tempos depois, assume o cargo de Auxiliar de Direção no mesmo estabelecimento. É transferida para a Escola Estadual Professora Francisca Rosa Gomes como secretária e depois assume o cargo de Assistente de Direção e Diretora Substituta.
Em 1.972, conclui o curso de Administração Escolar e mais tarde a Faculdade de Pedagogia. Tempos depois, presta concurso público, para Diretor de Escola, é aprovada, escolhe e assume a EEPG Chácaras Reunidas, em São Jose dos Campos. Mais tarde, a pedidos, é removida para a direção da EEPG Neuza Rezende em Jacareí.
De 1.977 até o ano de 1.982, a convite do Prefeito José Wuo, aceita e passa a exercer o cargo de Presidente do Conselho Municipal de Educação, em Santa Branca. Nesse meio tempo é criado o Centro de Artes e Ofícios na cidade, cuja finalidade é a de ensinar as artes das profissões em diversas modalidades, tendo como foco preferencial as crianças de famílias humildes do município.
Dessa época tivemos a grata satisfação de comprovar vários profissionais formados exercendo suas atividades e formando suas famílias. Enfim, o CENARO foi uma atividade que deu certo em todos os sentidos. Infelizmente com a sequência de outras administrações acabou por ser extinta a sua atividade.
Ano de 1.981, consegue a merecida aposentadoria, após 31 anos de exercício. No ano seguinte é convidada e aceita o cargo de Diretora do Colégio Cassiano Ricardo, Sistema Anglo de Ensino, em Jacareí.
De retorno a Santa Branca, aceita um grande desafio, assumir a Direção da Creche da nossa cidade como voluntária na época em caótica situação, faltava até o básico da alimentação as crianças. Com enormes esforços, consegue reequilibrar o orçamento. Reúne um grupo de voluntários e colaboradores da população que formam uma rede de solidariedade, fazendo com que o restabelecimento a entidade se tornasse uma organização exemplar digna de elogios das autoridades representativas do setor.
Estes são alguns dos tópicos desta grande idealista que venceu as barreiras e desafios dessa que é uma das mais dignas profissões: professor. Principalmente, em um país que infelizmente não incentiva a categoria dessas mentes brilhantes cujo objetivo é levar a luz do conhecimento as nossas crianças, preparando-as para um futuro de esperança e conquista no mundo que as aguarda.
Eis um resumo da história da jovem professora que chegou por aqui cheia de sonhos e conseguiu levar adiante muitos deles, desde os tempos difíceis o de sair a cavalo à cata de alunos para reabrir a pequena Escola do Gomeatinga, até a conquista ao cargo máximo de Diretora Escolar em várias escolas públicas e em renomados colégios particulares.
Professora Maria Julieta Pinto Ramos, foi casada com o saudoso João da Silva Ramos, (João do Sérgio). Dessa feliz união vieram os filhos: Adriano, Renata e Arnaldo e, por conseguinte os netos queridos, a continuidade de um sonho da jovem professorinha quando chegou na nossa Santa Branca.
Parabéns a esta mulher maravilhosa, que tantas conquistas nos trouxe no campo educacional e social.